Política externa e economia brasileira podem sentir reflexos com a nova administração do republicano

Por Cotidiano Alagoas

Donald Trump foi vítima de um atentado durante comício na Pensilvânia (13/07/24) – Foto: AP

Na madrugada do dia 6 de novembro de 2024, a Associated Press e outras fontes confirmaram a reeleição de Donald Trump à presidência dos Estados Unidos. Em uma disputa acirrada com o presidente em exercício, Joe Biden, Trump garantiu mais uma vez o cargo, gerando expectativas globais sobre as mudanças que sua administração trará, especialmente em áreas como política externa, comércio e meio ambiente.

Consequências econômicas para o Brasil

Durante sua primeira gestão, Trump priorizou políticas protecionistas e impôs barreiras comerciais que afetaram diversas nações. Com sua volta ao poder, é provável que ele intensifique práticas de “América Primeiro”, com maior foco em autossuficiência e estímulo à produção interna, o que pode impactar exportações brasileiras para o mercado americano, especialmente em setores como o agrícola e o siderúrgico, que tiveram momentos de tensão durante o último mandato de Trump.

Para o Brasil, esse cenário sugere o fortalecimento da necessidade de diversificar mercados e buscar novas parcerias comerciais. A política americana de tarifas, anteriormente usada contra exportações brasileiras, pode ser retomada, o que exigiria do governo brasileiro esforços para negociar condições comerciais mais favoráveis, tanto bilateralmente quanto por meio de acordos multilaterais.

Impacto na política externa e ambiental

Trump sempre foi vocal contra medidas globais de combate às mudanças climáticas e retirou os EUA do Acordo de Paris em seu primeiro mandato. Agora, sua postura contrária ao controle de emissões pode afetar diretamente o Brasil, tanto em questões de preservação ambiental quanto de relações comerciais. Enquanto países da União Europeia e outras economias buscam reforçar sanções e regulamentações ambientais, Trump deverá facilitar o comércio de produtos menos sustentáveis.

Essa situação pode dar maior liberdade para o Brasil na exploração de recursos, mas pode também causar pressões de outros parceiros comerciais que adotam políticas ambientais mais rígidas. A diplomacia brasileira deverá equilibrar essa relação, mantendo o comércio com os EUA e, ao mesmo tempo, respondendo às exigências internacionais por ações ambientais mais robustas.

Projeções na relação Brasil-EUA

Com Trump, a diplomacia americana deve voltar a favorecer parcerias bilaterais de segurança e comércio, áreas onde o Brasil pode buscar alianças estratégicas. A possibilidade de maior cooperação em tecnologia e defesa, temas caros aos republicanos, pode ser benéfica para o Brasil. No entanto, a prioridade de Trump pela segurança de fronteiras e políticas migratórias mais rígidas pode complicar a situação dos brasileiros que residem ilegalmente nos EUA.

Em suma, a reeleição de Trump representa um novo capítulo para a relação Brasil-EUA. Caberá ao Brasil responder de forma estratégica, equilibrando interesses comerciais e a necessidade de diversificação de mercados, considerando as complexas nuances políticas e econômicas da nova administração americana​​​.

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