Viajante interestelar desafia as classificações convencionais

O objeto cósmico 3I/ATLAS (C/2019 Y4 (ATLAS)) continua a ser um dos temas mais debatidos e controversos da astronomia moderna. Segundo análises, o viajante interestelar desafia as classificações convencionais, levantando questões sobre sua verdadeira natureza e origem.
Inicialmente identificado como um cometa, o 3I/ATLAS rapidamente demonstrou anomalias que o colocam em uma categoria à parte. Uma das primeiras controvérsias foi o seu tamanho, com estimativas iniciais variando drasticamente entre 440 metros e mais de 5 quilômetros. O objeto também apresentou uma velocidade excepcionalmente alta, que alguns pesquisadores alegaram ter sofrido alterações em sua trajetória, complicando ainda mais sua identificação.
Anomalias e hipóteses
O astrofísico Avi Loeb, de Harvard, é um dos nomes mais proeminentes na discussão. Embora a NASA garanta que o 3I/ATLAS não representa nenhuma ameaça à Terra, mantendo-se a uma distância segura de cerca de 270 milhões de quilômetros, Loeb sugeriu que, caso não se fragmente como um cometa natural ao se aproximar do Sol, pode ser um sinal de que o objeto é dotado de tecnologia. Ele chegou a comparar o evento ao “Cavalo de Troia”, levantando a possibilidade de ser uma visita de reconhecimento de uma civilização desconhecida.
Outros dados que alimentaram o mistério incluem:
- Composição química incomum: A pluma de gás ao redor do núcleo continha mais níquel do que ferro e, ao contrário dos cometas típicos do Sistema Solar, predominância de dióxido de carbono em vez de água.
- Mudança de cor: Observações sugeriram uma alteração na cor do objeto, do vermelho para o verde, levando a especulações sobre um objeto controlado remotamente ou a presença de cianeto.
- A cauda: Inicialmente, cientistas ficaram intrigados por uma cauda que parecia se formar na direção oposta à convencional (anti-solar), embora observações posteriores do Hubble tenham confirmado a existência de uma cauda tênue e larga apontando para longe do Sol, um dado que enfraquece a hipótese de ser artificial.
A origem perdida e o Sinal “Wow”
Apesar das intensas investigações, a origem exata do 3I/ATLAS continua um mistério. Simulações da sua rota milenar pela Via Láctea, utilizando dados do satélite Gaia, concluíram que o objeto não está associado a nenhum sistema solar específico que o tenha ejetado. Sua idade é estimada em cerca de 7 bilhões de anos.
Avi Loeb e sua equipe também levantaram a intrigante hipótese de que o 3I/ATLAS poderia ser a fonte do famoso Sinal “Wow”, captado em 1977 pelo radiotelescópio Big Ear, devido ao alinhamento de sua trajetória com a direção de onde o sinal foi detectado.
Em última análise, se o 3I/ATLAS é um “super-cometa” interestelar que desafia nosso entendimento da formação planetária ou um artefato tecnológico de uma civilização distante, é uma pergunta que a ciência ainda luta para responder.
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