Filme estrelado por Adrien Brody retrata a luta de um arquiteto judeu húngaro para recomeçar nos Estados Unidos
Por Cotidiano Alagoas

“O Brutalista” (The Brutalist, 2024), dirigido por Brady Corbet, estreou nos cinemas brasileiros em 20 de fevereiro de 2025, trazendo uma narrativa épica que explora os desafios e triunfos de László Toth, um arquiteto judeu húngaro interpretado por Adrien Brody. Após escapar da Europa pós-Segunda Guerra Mundial, Toth busca reconstruir sua vida nos Estados Unidos, enfrentando obstáculos pessoais e profissionais em uma sociedade repleta de oportunidades e preconceitos. Com uma duração de 3 horas e 30 minutos, o filme é dividido em duas partes de 1 hora e 15 minutos cada, intercaladas por um intervalo de 15 minutos, proporcionando ao público uma experiência cinematográfica imersiva e reflexiva.
A trama se aprofunda na relação complexa entre László e sua esposa, Erzsébet Toth, vivida por Felicity Jones. Separados inicialmente pela guerra, o casal mantém contato por meio de cartas e flashbacks, transmitindo ao espectador a profundidade de seu vínculo e a saudade que os une. A chegada de László aos Estados Unidos é marcada por dificuldades, até que o empresário Lee Van Buren, interpretado por Guy Pearce, reconhece seu talento e lhe oferece uma oportunidade significativa. No entanto, essa relação profissional revela-se carregada de tensões, abordando temas delicados como xenofobia, antissemitismo e abuso de poder.
A direção de Corbet destaca-se pela escolha estética de filmar em VistaVision, conferindo ao longa uma qualidade visual distinta, com texturas e cores que enriquecem a narrativa. A fotografia de Lol Crawley enfatiza a grandiosidade das construções e a pequenez humana diante delas, refletindo a essência do movimento arquitetônico brutalista que inspira o título do filme. A trilha sonora, composta por Daniel Blumberg, complementa a atmosfera densa e introspectiva da obra, harmonizando-se com as atuações e cenários apresentados.
As performances do elenco principal são dignas de destaque. Adrien Brody entrega uma interpretação intensa e multifacetada de László Toth, capturando as nuances de um homem marcado pelas adversidades e movido por uma paixão inabalável pela arquitetura. Felicity Jones, como Erzsébet, traz uma combinação de vulnerabilidade física e força emocional, representando os desafios enfrentados por uma mulher em tempos de guerra e reconstrução. Guy Pearce, no papel de Van Buren, equilibra charme e crueldade, personificando as contradições de uma elite que oferece oportunidades enquanto perpetua preconceitos.
Com dez indicações ao Oscar 2025, incluindo Melhor Filme, Melhor Direção e categorias de atuação, “O Brutalista” solidifica-se como uma obra cinematográfica de grande relevância. Sua narrativa profunda, aliada a uma estética cuidadosa e atuações memoráveis, convida o público a refletir sobre temas como imigração, identidade cultural e os desafios da reconstrução pessoal e coletiva em um mundo pós-conflito.
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