Réu chegou a alegar problemas psiquiátricos, o que levou o seu advogado a defender a absolvição

Por assessoria

Foto: MPAL

Vinte e quatro anos e seis meses de reclusão em regime inicialmente fechado. Essa foi a pena aplicada a Albino Santos de Lima após o júri popular ocorrido, nesta sexta-feira (6), em Maceió. Os jurados acataram a tese de acusação sustentada pelo Ministério Público do Estado de Alagoas (MPAL), por meio do promotor de Justiça Antônio Vilas Boas, e condenaram o réu pelo crime de homicídio triplamente qualificado praticado contra Louise Gbyson Vieira de Melo. Ela, uma mulher transsexual, foi assassinada em 11 de novembro de 2023, no bairro Vergel do Lago.

Durante a sustentação oral, Antônio Vilas Boas, titular da 47ª Promotoria de Justiça da Capital, afirmou que Albino Santos de Lima cometeu feminicídio contra Louise Gbyson, praticando ainda os agravantes de motivo torpe e por meio de recurso que impossibilitou a defesa da vítima, morta com a tiros na região da cabeça.

De acordo com Vilas Boas, Albino premeditou o crime, tendo perseguido a vítima por várias vezes e, ainda, colecionado uma grande quantidade de fotos dela, que tinha o esteriótipo de mulher que o réu se sentia atraído. “Apesar de alegar ser um homem com problemas psiquiátricos, nós comprovamos, por meio de perícia, que ele tem as suas faculdades mentais perfeitas, e teve consciência plena do homicídio que estava praticando. Inclusive, após ter executado a Louise, ele ainda fez selfies ao lado do corpo dela, e também em sua lápide, no cemitério onde o corpo está sepultado. De doido, ele não tem nada, a verdade dos fatos é que o Albino é um psicopata desprovido de quaisquer valores morais”, afirmou o promotor.

O réu chegou a alegar problemas psiquiátricos, o que levou o seu advogado a defender a absolvição. Inclusive, a defesa pediu uma espécie de condenação filosófica contra o arcanjo Miguel, que, segundo Albino, teria se apropriado do seu corpo para cometer o homicídio. Mas, essa tese foi derrubada pelo Ministério Público, que apresentou laudos psiquiátricos que apontaram a sanidade do denunciado.

Para o promotor de Justiça, a pena aplicada ao réu correspondeu ao ato criminoso praticado: “Ele pagará por esse homicídio ficando preso um bom tempo, pagando por ter assassinado uma inocente, que foi retirada do seu convívio familiar, causando uma dor que jamais será reparada à família”, completou o promotor de Justiça.

Louise Gbyson Vieira de Melo era o nome social de Hudson Gbyson Vieira de Melo. Ela foi assassinada a tiros na noite do dia 11 de novembro de 2023, no Vergel do Lago. Louise era uma mulher trans.

Nesta mesma promotoria, a 47ª, o réu já tem contra si outras seis denúncias ajuizadas.

Condenação anterior

Esta não foi a primeira condenação contra Albino Santos de Lima. No dia 11 de abril, ele recebeu sentença de 37 anos, um mês e 15 dias de reclusão por ter assassinado o jovem Emerson Wagner da Silva e ter tentado matar um outro jovem. A tese apresentada pelo MPAL, à época, foi de homicídio duplamente qualificado, por motivo fútil e que dificultou a defesa das vítimas.

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