Braskem informou ter firmado um acordo com o governo estadual
Por Cotidiano Alagoas

O Sindicato dos Trabalhadores Petroleiros, Petroquímicos, Químicos e Plásticos de Alagoas e Sergipe (Sindipetro AL-SE) manifestou forte reprovação à Braskem após uma reunião realizada nesta quarta-feira (12), em meio ao processo de demissões iniciado pela companhia. De acordo com o sindicato, a empresa teria agido com desrespeito ao promover desligamentos durante o período da campanha salarial, o que levou à suspensão das assembleias que tratariam da Convenção Coletiva de Trabalho. Para a entidade, a postura da petroquímica evidencia falta de compromisso social.
O Sindipetro relaciona a atual conduta da empresa ao histórico de exploração de sal-gema, responsável pelo afundamento do solo e pela destruição de cinco bairros da capital alagoana. Mesmo após ter firmado recentemente um acordo de R$ 1,2 bilhão com o Governo de Alagoas, o sindicato afirma que a Braskem não tem assegurado estabilidade aos empregados nem oferecido indenizações consideradas adequadas às famílias atingidas pelo desastre.
O dirigente sindical Antônio Freitas afirmou que a empresa trata os trabalhadores como simples números, o que, segundo ele, demonstra a busca incessante por lucro em detrimento de responsabilidades sociais e ambientais. O Sindipetro defende que os empregados tenham garantia de permanência no trabalho e, nos casos em que não for possível manter o vínculo, que recebam compensações proporcionais ao tempo de serviço. Para Freitas, ao demitir pais e mães de família, a Braskem reafirma que sua prioridade é exclusivamente o lucro.
Acordo
Em comunicado oficial ao mercado financeiro divulgado na segunda-feira (10), a Braskem informou ter firmado um acordo com o governo estadual referente ao “evento geológico ocorrido em Alagoas”, que resultou no afundamento do solo em cinco bairros de Maceió. O documento estabelece o pagamento de R$ 1,2 bilhão ao Estado, sendo que R$ 139 milhões — valores atualizados — já haviam sido quitados na gestão do governador Paulo Dantas (MDB). O restante será pago em dez parcelas anuais, variáveis e corrigidas, com a maior parte dos desembolsos prevista após 2030, conforme a capacidade financeira da companhia.
Ainda segundo a Braskem, já havia sido reservado o montante de R$ 467 milhões (base setembro de 2025) em exercícios anteriores para cobrir danos patrimoniais. O acordo determina compensação, indenização e ressarcimento ao Estado de Alagoas, assegurando reparação integral por danos materiais e imateriais, além de garantir à empresa quitação total por prejuízos ligados ao episódio geológico. O documento também prevê a extinção da ação judicial movida pelo governo estadual e aguarda homologação da Justiça.
A companhia destacou que o entendimento com o governo representa um avanço importante em relação aos impactos do caso em Alagoas. No comunicado, a Braskem acrescentou que continuará atualizando o mercado sobre os desdobramentos do acordo e que informações adicionais poderão ser obtidas junto ao departamento de relações com investidores.












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