Tensão aumentou com a proximidade do objeto

Por Cotidiano Alagoas

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O mês de outubro se tornou crucial para a astronomia global com a passagem do 3I/ATLAS, o terceiro objeto interestelar já detectado em nosso Sistema Solar. Descoberto em julho de 2025 pelo projeto ATLAS – que é financiado pela própria NASA –, o cometa, notavelmente maior e mais rápido que seus antecessores, gerou uma onda de entusiasmo na comunidade científica, mas também uma série de especulações sobre sua origem.

A tensão aumentou com a proximidade do objeto: no dia 3 de outubro, o 3I/ATLAS passou a “apenas” 270 milhões de quilômetros da Terra. No fim do mês, em 30 de outubro, ele atingirá seu periélio, o ponto mais próximo do Sol.

Origem artificial?

As discussões sobre a natureza do objeto ganharam força quando o renomado cientista Avi Loeb, da Universidade de Harvard, publicou um artigo levantando a hipótese de que o 3I/ATLAS poderia ser um objeto artificial e tecnológico, ou até mesmo uma nave alienígena.

Esta suposição de Loeb foi inicialmente motivada por algumas características peculiares do cometa, incluindo o fato de que ele atingirá seu periélio no lado oposto do Sol em relação à Terra, o que, para o cientista, poderia ser uma forma intencional de “evitar observações detalhadas”.

No entanto, a comunidade científica obteve uma confirmação importante que acalmou parte das teorias mais radicais: o 3I/ATLAS possui uma cauda cometária. Esta descoberta o classifica firmemente como um cometa, dissipando a possibilidade de ser um objeto artificial sem cauda, como Loeb havia inicialmente levantado. Mesmo assim, as especulações persistem, alimentadas por um público sedento por notícias sobre vida extraterrestre.

NASA mantém cautela científica

Em meio a este frenesi de teorias da conspiração, surge a pergunta: Por que a NASA estaria em silêncio? A agência espacial americana, que financiou o projeto que descobriu o cometa, não está de fato em silêncio. Em vez disso, ela adota uma postura de cautela científica, tratando o 3I/ATLAS estritamente como um objeto interestelar natural.

A NASA disponibiliza publicamente diversas informações sobre a órbita, tamanho, composição e comportamento do cometa. O que ela se recusa a fazer é endossar especulações sobre alienígenas ou perigos não comprovados. A postura é clara: a agência compartilha o que é medido e confirmado, evitando entrar em alarmismos sem base científica.

Conforme Tom Statler, cientista-chefe da NASA, declarou em reportagem ao jornal The Garden, o objeto “se comporta como um cometa” e as evidências “apontam de forma esmagadora para a ideia de que este objeto é um corpo natural”.

Portanto, o que parece ser um ocultamento é, na verdade, um padrão de comunicação científica que prioriza a pesquisa própria e os dados verificados em detrimento de hipóteses ainda não comprovadas. Enquanto a NASA monitora o objeto com diversos telescópios, o público continua a debater se o que está a caminho é uma rocha gelada de outro sistema solar ou algo muito mais intrigante.

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